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Boudoir: Um Encontro Consigo Mesma

  • Foto do escritor: Thiago Maya
    Thiago Maya
  • 19 de nov.
  • 3 min de leitura

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Modelo na foto: Marcela Grassi.


Uma sessão sensual não deveria nascer para agradar alguém, mas para devolver a você a autoria sobre o próprio corpo, sua própria luz e a sua história.

Por muito tempo, o ensaio boudoir — ou sensual — foi tratado como um presente, no sentido de ser feito para outra pessoa. Acontece que mora algo muito bonito nesse tipo de ensaio quando ele deixa de ser performático e passa a ser íntimo — não no sentido da nudez, mas no sentido da verdade.

Uma sessão boudoir para si não é sobre vaidade. É uma pausa. Um mergulho. É um espaço seguro onde você pode se olhar sem pressa e sem julgamento, reconhecendo partes de si que a rotina esconde. É sobre recuperar a autoria do próprio corpo, da própria luz, da própria narrativa. E isso tem um impacto real: eleva a autoestima, ressignifica fases difíceis, celebra novos começos e cria um registro que não existe para agradar ninguém — senão você.

Quando começo a planejar um ensaio, não penso em poses perfeitas. Penso na atmosfera. Penso em como a luz vai conversar com você. E, nesse processo, algo acontece: a pessoa começa a se ver com mais gentileza. E é ali, nesse instante quase imperceptível, que o boudoir deixa de ser apenas um ensaio e se torna arte.


Mas afinal, o que é boudoir?

Boudoir é um estilo de fotografia que surgiu inspirado nos antigos “quartos íntimos” — aqueles espaços onde a mulher cuidava de si, se arrumava, respirava. Com o tempo, o termo passou a representar imagens sensuais, delicadas e íntimas, geralmente feitas em quartos, estúdios ou ambientes que transmitam aconchego.

Mas o boudoir contemporâneo vai além da ideia de lingerie ou poses sensuais. Hoje, ele é entendido como uma experiência de autoconhecimento e expressão pessoal, onde a sensualidade não é um fim, mas uma linguagem. Pode ser feito com lingerie, com tecido, com camisa, com transparência — ou quase sem nada. O foco não está em mostrar o corpo, e sim em revelar o que existe de verdadeiro, vulnerável e forte em quem está ali.

No fim das contas, boudoir não é sobre ser vista — é sobre se ver.


Boudoir como Ritual de Transição

Existem momentos na vida em que a gente sente vontade de marcar uma virada.Às vezes é um recomeço silencioso.Às vezes é um fim que precisa ser honrado.Às vezes é só o desejo de se ver com novos olhos depois de anos vivendo no automático.

E é por isso que tanta gente busca um ensaio boudoir como um ritual de transição.

Não é apenas uma sessão de fotos — é um marco.É a forma que o corpo encontra de dizer: “estou aqui, ainda sou eu, mas sou outra.”

O boudoir, nesse sentido, ganha um valor simbólico profundo.Ele transforma o íntimo em linguagem.Faz da fotografia um espaço de reconexão.E deixa registrado algo que não aparece em nenhum documento: o momento exato em que você decide voltar para si.


Como é, na prática?

Muita gente acha que a sessão começa quando eu ligo a câmera.Para mim, ela começa antes.

Começa na conversa.Começa quando você me conta por que decidiu se fotografar agora, o que está vivendo, o que te trouxe até aqui.Uma sessão intimista nasce desse entendimento: do que você carrega, do que quer revelar e do que prefere guardar.


Depois vem a atmosfera.Ele precisa te acolher para que você possa existir ali com naturalidade.

Busco uma direção suave, sem forçar muitas poses.Tento observar como seu corpo se comporta, sua postura e, a partir disso, guio pequenos gestos: um movimento de mão, um alongar de pescoço, um olhar que não precisa ser alto — basta ser seu.


E, quando menos percebe, você já não está “posando”.Você está vivendo o momento.

É aqui que o ensaio ganha vida.A câmera só registra, mas quem cria é você — no seu ritmo, no seu tempo, com sua verdade.Eu apenas construo a luz que acolhe essa verdade.

 

No fim das contas, o boudoir não é sobre lingerie, poses ou cenários. É sobre presença.É sobre se reconhecer num tempo que corre rápido demais, em fases que chegam e passam sem pedir licença.

 
 
 

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