A Poética da Luz e da Sombra no Nu Artístico
- Thiago Maya

- 11 de abr.
- 2 min de leitura

A fotografia, para mim, sempre foi um jogo entre luz e sombra. Desde que comecei a fotografar, o que mais me encanta é como a iluminação pode transformar completamente uma cena. No nu artístico, essa relação fica ainda mais forte: o que está iluminado importa tanto quanto o que fica na escuridão. O olhar dança entre o que se vê e o que se sugere, e é nesse contraste que mora a magia.
Por gostar tanto desse jogo entre luz e sombra, no começo da minha trajetória na fotografia me dediquei a aprender como usar o flash. Queria dominar essa ferramenta para ter total controle sobre o clima das fotos, criando atmosferas carregadas de emoção e mistério. Foi nesse processo que percebi que, na fotografia de nu artístico, a sombra não esconde, ela sugere. Dá volume, destaca texturas, desenha contornos.
Lembro sempre de uma frase do grande Leo Luz, durante um curso de nu artístico, que mudou minha perspectiva: "O segredo da fotografia de nu e sensual está no não mostrar". E isso faz todo sentido. O corpo humano é cheio de formas, curvas e texturas, e o nu artístico não é só sobre expor um corpo, mas sobre construir uma narrativa visual que instiga o olhar e deixa espaço para a imaginação. Quem vê a foto, completa a história.
A luz pode ser intensa e revelar cada detalhe, ou suave e abraçar o corpo num contorno delicado. Pode criar silhuetas onde o corpo vira um traço luminoso na escuridão. Pode destacar um único detalhe – a curva de um ombro, o ângulo das pernas – enquanto o resto se dissolve no mistério. A sombra, longe de ser um vazio, é o espaço onde a mente do observador viaja.
A poética do nu artístico está justamente nesse jogo entre revelar e esconder. Na capacidade de usar a luz para contar uma história sem precisar mostrar tudo. Na possibilidade de criar imagens que não só expõe um corpo, mas traduzem um estado de espírito, um sentimento, uma essência.
E é essa busca pelo equilíbrio entre luz e sombra que me faz seguir explorando a fotografia de nu artístico. Porque, no fim, é nesse jogo de contrastes que a verdadeira beleza se revela.
Modelos: Gabriela Boulhaça e Marcela Grassi










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